Perdemos a venda ! Afinal, de quem é a culpa?
Vamos analisar uma situação típica da indústria de consumo:
1- O gerente da loja(varejo)  liga para a sua Logística interna reclamando que ficou sem produto e que vai perder vendas.
2- A logística  liga para o fornecedor(indústria), reclama muito do atraso (e não é a primeira vez que isso acontece) e informa que não quer mais receber a remessa desta semana.
3- O Comercial, depois de saber disso,  já está pensando em optar por comprar de outro fornecedor e ainda vai pedir desconto na próxima compra…
4- O vendedor do fornecedor (indústria) bem que tentou argumentar que o varejo havia solicitado a antecipação da entrega do pedido em um dia, por isso se comprometeu com a nova data achando que não seria tão difícil conseguir esta simples mudança no pedido. Mas algo não deu certo !
Em resumo, a loja perdeu aquela venda tão batalhada pro concorrente, o estoque que foi produzido (e que chegará com atraso) pode ser devolvido ou vai encalhar, metas de vendas, custos e  margens não serão atingidas, além de ter o cliente insatisfeito e talvez nem volte mais....  Ou seja, um tremendo problema. !!!
Mas o que aconteceu para causar tanto transtorno?
Muito provavelmente o pedido do varejo chegou com atraso por conta de algum problema de liberação do pedido; o estoque não foi suficiente pois o lote de produção era menor que a soma dos pedidos da semana; a separação do pedido no centro de distribuição não terminou a tempo de embarcar porque faltaram itens do pedido; blá...blá...blá.   Explicações não faltarão.
Mas afinal, de quem mesmo é a culpa ?  
A Área de Negócio dirá entre outras coisas que o sistema é ruim e não atende o negócio, pois não permitiu cadastrar o pedido corretamente, foi difícil liberar crédito depois de mudar a data de entrega; os dados de estoque estavam defasados e isso causou descompasso na produção, o sistema não permitiu que o pedido fosse despachado a tempo, etc. 
E concluiriam:   “TI não entrega o que precisamos na hora em que precisamos”.
A Área de TI se defendendo, poderia dizer que o usuário usa mal o sistema, pois o cadastro que é mantido por Administração de Vendas estava desatualizado, o limite de crédito estava estourado, faltou estoque porque a o Abastecimento e (a área de Produção da Industria) parametrizou mal o lote de reposição/produção, parte do estoque disponível estava bloqueado devido a notas fiscais de transferência da Filial não inputadas pela Logística e o restante do pedido não foi embarcado pois seu valor era inferior a um mínimo estabelecido por Vendas.  Ufa !
Ou seja, “TI entrega o que se pede, mas o usuário não sabe pedir, muda o tempo todo".
Concluind0,  a menos que haja sabotagem, a culpa é do processo de "pedir". 
As solicitações de sistemas e de mudanças sempre devem ser frutos do processo de negócio que deseja executar. Porém pode acontecer de:
I - O processo e o negócio não foram bem desenhados e implementados e/ou estão sendo executados de forma errada e com ferramentas erradas.
II – O negócio e o processo foram desenhados sem pensar na ferramenta. A ferramenta foi desenhada ou adquirida sem considerar o processo e o negócio.
III –  O negócio mudou, mas o processo e a ferramenta não.
Este desalinhamento  (ou “gap”)  é justamente o que a metodologia de EA-Enterprise Architecture, ou Arquitetura Corporativa (de TI) , ou simplesmente "EA" se propõe a endereçar e resolver: Um melhor alinhamento entre TI e Área de Negócio. ou seja, "pedir melhor".
Numa definição rápida EA se resume a “modelos arquitetônicos, governança e iniciativas de transformação necessárias para coordenar de forma efetiva “donos do negócio e TI” a um objetivo comum”. 
“EA proporciona uma integração vital entre a estratégia e a implementação”.
"EA trabalha para o alinhamento aconteça de forma dinâmica e planejada."
Isso fica mais claro num exemplo de como de pode planejar uma cidade? 
Este planejamento vai desde a “decisão estratégica” de vocação da cidade em ser turística ou de negócios;  quantos serão e onde viverão seus habitantes e visitantes hoje e nos próximos anos; quais são os hábitos da população e como podem evoluir; que infra-estrutura será necessária para água, esgoto, transporte, iluminação, limpeza e segurança. 
E em função de tudo isso surgem as leis de urbanização, os modelos e as propostas de projetos, de expansão e de uso dos recursos.
Depois, ao construir a rede elétrica, esgoto, comunicação, casas, edifícios e outras obras funcionais, os empresários e técnicos devem juntos fazer uso desses modelos e respeitar as regras para atender às demandas dentro das condições da cidade. 
Assim, propostas de se construir casas onde há pouco espaço ou edifícios de 50 andares em uma região sem a devida infra-estrutura de esgoto e transporte não iriam funcionar.   Sem falar no trânsito !
Um processo desenhado e implantado sem a "visão da cidade", ou seja, sem a visão estratégica do negócio e sem considerar condições tecnológicas atuais e futuras tende a limitar os resultados desejados. 
Se olharmos para as corporações internacionais com suas operações globais, é comum a proliferação de soluções “particulares” para atender a cada local e tipo de operação.  Enfim, não dá para esperar tudo ser centralizado e normalizado...levam anos e a vida por aqui continua !
Isso tornou o ambiente de TI e do negócio ainda mais complexo e difícil de aplicar estratégias de consolidação e otimização.   
EA se propõe a minimizar esses conflitos e trazer mais resultados.
Saiba mais:
 http://en.wikipedia.org/wiki/Enterprise_architecture
http://www.ibm.com/itsolutions/enterprisearchitecture/
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