quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Vídeos ajudam na conversão ?

Vídeos ajudam na conversão ?

Atualmente os sites de eCommerce estão apostando muito nos conteúdos com vídeos que apoiam as estratégias como guias de compras, hotsites de fabricantes, clips p/ venda de filmes e música.

Segundo a pesquisa IBOPE Nielsen Online o Brasil já possui 18,8 milhões de pessoas acessando vídeos na Internet (2008/2009). Um crescimento de 4 milhões somente em um ano. Da mesma fonte vem a informação de que mais de 60% dos internautas no Brasil já acessam vídeos na Internet. O Youtube tem sua maior taxa de uso no Brasil (57%), contra 47% nos EUA e Inglaterra.

A dúvida é se isso ajuda (e como) na conversão de compra.

Do ponto de vista de marketing, não sobram dúvidas de que o vídeo ajuda e muito a busca por informação de qualidade, dá diferencial, traz tráfego, fala de forma direta e rápida o que precisa ser comunicado, cria referência ao e-consumidor.

O alinhamento de estratégias para utilizar vídeos formais de fabricantes, ou utilizar vídeos de acesso público (ex. Youtube, Facebook, etc) precisa estar bem clara e bem aproveitada. A prática de tagging (marcas dentro dos controles de acesso ao conteúdo) pode mostrar como e quantas vezes o vídeo é acessado e visto até o final, se houve abandono, fechamento ou minimização da sessão, entre outras ocorrências detectáveis. Esses dados combinados trazem importantes informações sobre atitudes de consumo e auxiliam no desenho de estratégias e das ações mercadológicas.

Contudo, o fator “tempo de resposta” que o cliente espera gastar para a visualização pode ser crucial. Esse tempo pode retê-lo no site (conversão à vista !) ou tirar seu foco e convidá-lo a dar “alt-tab” e mudar de site !

Do ponto de vista técnico, temos 3 questões críticas que interferem nessa nova experiência e podem comprometer os acessos e consequentemente a conversão:

a) Servidor Web preparado
b) Banda Larga de verdade
c) e-consumidor atualizado

O Servidor Web e toda a infra-estrutura precisa estar devidamente preparada para oferecer acesso e/ou prover armazenamento de toda essa mídia, que consome muitos recursos, sempre superiores ao trio “html+texto+foto” tradicional. Os acessos a YouTube, Facebook, e outros sites que hospedam vídeos e outras mídias digitais causam dependências e podem comprometer a resposta dos acessos solicitados. Soluções que usam cache de conteúdos podem ajudar nessa questão.

A Banda Larga no Brasil é outro tema controverso. O alarde comercial de 1 Mega está longe de ser adequado a esta nova mídia. Na média, o recurso disponível ao público hoje no Brasil está em torno de 256Kb. Há serviços de 8MB, mas é minoria. Considerando as dificuldades de infra-estrutura desse nosso grande país e dado o cenário atual o risco de um download de um vídeo levar alguns minutos a mais do que o e-consumidor espera pode levá-lo à desistência.

A estratégia de uso de vídeos pressupõe que os e-consumidores tenham máquinas atualizadas com velocidade e capacidade p/ download, espaço em disco e saibam lidar com vídeos, tenha browser atualizados, flash drivers, video players, adaptadores, etc. Boa parte do e-consumidores dominam ou tem esses elementos atualizados em seu PC ou notebook, celular, etc. Mas a maioria não !
Assim, uma simples tentativa mal sucedida de visualizar um simples vídeo pode se transformar numa experiência ruim de acesso ao site e desmotivar o e-consumidor a tentar novamente o acesso ao vídeo ou até ao próprio site ! E isso compromete a conversão.
Tudo dependerá de quem está do outro lado da tela, qual seu real interesse no conteúdo, qual seu nível de compreenção e cultura em manipular essa nova mídia !

Em resumo, a estratégia de uso de vídeos deve ser cautelosa e bem cercada de planejamento e de informações, para que as experiências dos e-consumidores não sejam frustadas e não comprometam as buscas e as compras. No momento, devem ser tratadas como complementares e diferenciadoras. Um site para servir de exemplo é o www.windowshop.com (site de venda de vídeos e livros do amazon.com). Proposta fantástica quando a infra-estrutura é boa. Do contrário, pura irritação e frustação.

O que seria ótimo não pode atrapalhar o que já está bom !