segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Os Apps vão deixar o Operador de Call Center esperar sentado por um chamado!

Call Center – Os Apps vão deixar o Operador esperar sentado por um chamado!

As empresas precisam ter Call Center ? - As empresas gastam um bom dinheiro de sua receita com Call Centers. Dependendo do tipo de negócio que operam, parte desse gasto é direcionado a Vendas, necessário para prestar um serviço de “concierge” para aqueles clientes que ainda não dispõem ou enfrentam problemas ao  usar soluções digitais “self-service” para fazer seus pedidos.  Mas este é um custo variável e direto...”usou –vendeu”; quanto mais vender, mais barato fica; ou vendendo menos, o gasto diminui para um mínimo necessário para manter este canal de comunicação aberto.    

Porém outra parte desse custo com Call Centers é fixo e se destina para atender ao público interno, em sua maior parte para suporte de TI, seja para garantir o funcionamento da infra-estrutura, seja para o promover o mehor uso de aplicações pelos seus usuários.  Vendendo ou não vendendo, a despesa está lá.  Muitas empresas já terceirizaram essa operação, buscando ganhos de qualidade e produtividade, porém o gasto permaneceu ou cresceu.

Suporte a Aplicações não cessam  - Para atender as demandas relacionadas às aplicações corporativas, temos que refletir porque essas demandas existem e só crescem. Essas aplicações foram construídas usando técnicas e recursos para que possam garantir sua alta disponibilidade num menor custo possível. 
Telas “multi-funcionais” padronizadas com muitos campos de dados a preencher foram desenhadas para atender múltiplos públicos e processos complexos.    

Sua  implementação por sua vez  exige horas de treinamento para cada usuário, esforço pessoal de cada um em entender o que precisam fazer, extenso conteúdo de manuais com instruções  e dicas de “easy-to-use” ; além de muitas outras horas de suporte. Quando ocorrem mudança então, tudo se repete.
Na sua construção pensou-se em “uma vez implementada não deve ser modificada” com propósito de reduzir custos de manutenção.  Pouco se preocupou com a experiência do usuário.  Ocorre que na velocidade dos negócios, tudo fica ultrapassado muito rapidamente.  Outro fator de mudança é a volatilidade da mão de obra, que joga pela janela todo o esforço de  treinamento realizado.

Infra-estrutura não funciona direito  – Para acessar e utilizar as aplicações os usuários precisam ter seu PC ou notebook preparado para tal; em pleno funcionamento físico, com todas as versões de sistema atualizadas, cookies habilitados, anti-virus atualizados, sistemas de proteção à informação configurados, gestão de espaço para arquivamento, liberações de acesso, e assim por diante.  Não raro um ou outro item desse que não funciona e novos chamados são abertos.  E nem sempre fica fácil saber qual foi a causa do chamado, se é do ambiente ou da aplicação.  

Apps Corporativos simplificam a gestão  – Milhares de aplicativos são lançados diariamente, integrados a servidores e sistemas complexos de bancos, empresas de aviação e seguradoras,  que deram ao usuário acessibilidade e conveniência com baixíssimo nível de suporte e nenhum treinamento.

Levando essa ideia para o mundo corporativo, a proposta de oferecer funções dos sistemas através de dispositivos móveis minimiza de forma consistente a necessidade desse suporte todo. 

Aplicativos corporativos em dispositivos móveis (Apps como são chamados, para celular e tablets) devem ter funções simples, como coletar uma informação e associá-la ao usuário, marcar uma data, um local e um tempo, registrar uma imagem, confirmar sua veracidade contra um cadastro do Sistema ERP Corporativo, criar um pedido ou uma tarefa, ou simplesmente permitir uma consulta ao banco de dados central.   A esta simplicidade, devem se agregar regras de segurança e acessibilidade e pronto; o procedimento foi realizado com rapidez, de forma correta, sem necessidade de ajuda e com segurança.

Além disso, os Apps irão potencializar os resultados das aplicações existentes;  pois podem rapidamente eliminar a prática de processos manuais hoje não suportados pelos Sistemas Corporativos (pelo simples fato de se evitar “mexer” e customizá-los) .  

Apps são perfeitos para efetuar interações rápidas entre pessoas e processos com apoio sistêmico formal de forma mais simples, rápida e barata, seja no nível operacional, seja no nível gerencial.  

Exemplos práticos podem ser vistos em processos de vendas, operações de inspeção e controle de equipamentos em instalações industriais ou comerciais, auditorias e inspetores de campo, controle de entregas,  aprovações de despesas e outros processos complexos (“workflows”), consultas de estoques e de crédito.

Os Apps podem fazer uso de recursos de geolocalização, time-stamp, imagem, códigos visuais, identificação por aproximação, entre outras tecnologias, o que tem ajudado muitas empresas a eliminar processsos de verificação e controles paralelos de carga horária do empregado, por exemplo.

A instrumentalização dos empregados e colaboradores nas empresas com um smart-phone ou tablet é algo em plena expansão e pode se potencializar e ganhar justificativas com o uso extensivo de novos App, onde celulares e tablets geram muito pouca ou nenhuma necessidade de suporte, substituindo aos poucos os notebooks e desktops. 

A sugestão de expandir o uso de Apps corporativos nas empresas não foi pensado para eliminar o Call Center,  mas certamente vai deixar o Operador de Telecom esperar sentado por um chamado.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Reposição Perfeita ou “Pedido mais que Pefeito”




Já tem pelo menos 15 anos que a indústria de consumo mede a performance de sua cadeia de suprimentos através do que se denomina “pedido perfeito”; que em outras palavras significa  atender o pedido feito pelo varejo, no prazo, na quantidade e na qualidade exigidas.  

A combinação de indicadores  como Case Fill Rate(pedido entregue em sua totalidade) , On-time delivery(pedido entregue no prazo), Invoice Accuracy(fatura sem erros),  Damage Free(produtos entregues sem avarias) e até On-Time-in-Full (quantidade e prazos atendidos)  produz esse indicador global chamado de Perfect Order, ou Pedido Perfeito, que é resultante da multiplicação desses fatores num único índice .   
Esse indicador  tem ajudado as empresas mundo afora, incluindo o Brasil, a medir e aperfeiçoar seus processos, recursos e sistemas de gestão e de atendimento, estabelecendo metas para aperfeiçoamento e ganhos contínuos de performance e lucratividade. Sua evolução é sentida ano-a-ano,  como mostra a pesquisa abaixo – Índices Médios de Performance de Pedido Perfeito - 1999-2012.


O indicador de Pedido Perfeito responde à pergunta: 
"Como é que o fabricante vai atender os pedidos do varejo?".  

Contudo há uma pergunta adicional e igualmente importante a ser respondida que é:  
"Quão eficaz foi a entrega recente em atender a demanda do consumidor  ? ".  

Face aos recentes avanços tecnológicos e métodos de gestão colaborativa entre indústria e varejo, novas métricas que complementam o Pedido Perfeito  estão agora disponíveis para trazer novos insights  e aumentar o rigor na execução de importantes atividades de gestão da cadeia de suprimentos e responder essa questão de forma mais abrangente. São elas:

  • Integração no reabastecimento baseado na demanda do consumidor -  O conceito propõe uma visão minuciosa, detalhada e integrada do comportamento do produto nas gôndolas e fluxo ao longo da cadeia, puxado por sinais de demanda, com objetivo de conhecer a razão de Entregas versus Demanda do Consumidor.
  • Análise e Predição das condições para ruptura - Apesar do enorme progresso mostrado através do Pedido Perfeito, as rupturas ou faltas de estoques nas gôndolas permanecem em níveis elevados.  A tecnologia atualmente disponível dá a capacidade não somente de medir as faltas, como também conhecer o impacto de custos e identificar as causas e que proporção das faltas derivam de ineficiência na cadeia de suprimentos.
  • Conformidade com parâmetros de estoques -  As informações dos pedidos e da disponibilidade de estoques em cada ponto da cadeia de suprimentos, combinados e avaliadas em conjunto com o conhecimento das próximas demandas do consumidor  resultam em melhores avaliações para os parâmetros de reposição.
Essas novas métricas compõem o Índice de Reposição, ou Replenishment Index,  que combinado com o Pedido Perfeito   fornecem uma poderosa capacidade de mover-se em direção a uma operação de alta performance para ambos, indústria e varejo. 


Recomendações para sua implementação
A reconfiguração de tecnologia, processos e organizações  são sempre orientadas a resultados o que torna a transformação algo difícil de se realizar.   

Na medida em que o índice de reposição se mostrar mais favorável (a meta é atingir 100%) os benefícios são sentidos com a redução de rupturas, diminuição da variabilidade nas previsões de demanda, menos cancelamentos de pedidos e devoluções, oportunidade para reduzir estoques de segurança;  culminando para um menor impacto de custos de capital e melhor nível de serviço.

O mercado está se movendo em direção a essas novas métricas e sua adoção cujos desafios podem ser melhor enfrentados seguindo algumas recomendações:
 - Saber lidar de forma eficaz com a fragmentação de dados.  Temas como qualidade, volumes, diferentes fontes e provedores de dados precisam ser tratados dentro de projetos e processos estruturados. A definição clara das métricas é outro ponto crucial.
- Test & Learn – Toda estruturação para criar métricas consume esforços e investimentos que nem sempre são prioridade nas empresas. A estratégia do “test & learn” se mostra como uma opção atraente e eficaz para “aprender com os dados”, priorizando áreas, segmentos, regiões, produtos e clientes, com projetos de curta duração,  tirando proveito mais rápido e gradual das inovações, ganhando experiência necessária para evoluir  e atingir melhores patamares de performance.
 - Diferentes abordagens para diferentes mercados – Para as economias emergentes  como a do Brasil, com distribuição mais fragmentada, menor penetração de mercado, maior enfase no crescimento da receita e expansão de mercados, precificação mais “nervosa”, dificuldade de obtenção de informações confiáveis  e com indicadores ainda sub-otimizados; recomenda-se uma abordagem menos rigorosa para definições e aplicação das métricas e metas.
- Aplicar casos de uso  - As equipes que participam da construção desse índice são comumente desafiados a identificar o que afeta o índice e ver que benefícios pode trazer, o que nem sempre é possível justamente por se tratar de um indicador multi-funcional.  Enquanto uma avaliação inicial benefícios globais faz sentido, entende-se que uma melhor abordagem é escolher um caso e desenvolver uma compreensão mais clara e avançada do mesmo, com um compromisso de melhoria de desempenho mais tangível. Novamente, aprender a cada experiência para evoluir no conjunto.
- Novas métricas requerem novos sistemas para medir – Atuar em informações requer atuar em modelos, tecnologia, processos e na organização de forma conjunta. Aumentar a visibilidade com novas métricas dão maior agilidade às empresas. Esse poder combinado de novas medidas e processos melhorados impulsionam os ganhos de melhoria.
Tendência
A adopção da métricas como Pedido Perfeito ajudou a desencadear em mais de uma década muitas melhorias na cadeia de abastecimento. Agora são necessárias medidas novas e adicionais que compõem o Índice de Reposição para ir além, manter o ritmo com os avanços e dar a direção para a Reposição Perfeita.  Os  dois índices são complementares e podem impulsionar a próxima geração de desempenho da cadeia de suprimentos .

Autor: IBM Business Value - 2015
Comentários: Paulo Eduardo Corazza.