quinta-feira, 31 de março de 2016

Supply Chain Cognitivo

Supply Chain Cognitivo
Há muito que os estudos, livros e experiências buscam nos instruir em como construir uma Cadeia de Suprimentos Integrada (ou Integrated Supply Chain). Nos anos de 1980-90, o desenvolvimento dos primeiros pacotes de Sistemas Integrados de Gestão (ERP-Enterprise Resource Planning) vieram para substituir aos então sistemas feitos “in-house” com a promessa de integrar tudo à todos, trazendo nestes as melhores práticas operativas e a formalização de processos. 

Seu sucesso contudo dependeu sempre de uma estrutura organizacional formalizada em papéis e responsabilidades bem definidos, operando por processos e uma equipe sempre motivada (e monitorada) para trazer maior produtividade, qualidade e performance.

Especificamente na área de Logística/Supply Chain muitas empresas adotaram  tecnologias então emergentes de telecomunicação e gestão remota, geo-localização e referenciamento, rádio-frequência, sensoriamento, robotização; de onde surgiram centenas de novos sistemas que necessitaram ser integrados aos sistemas formais de administração e gestão.

Mais recentemente novos sistemas de inteligência do negócio (Business Inteligence) e planejamento avançado (Advanced Planning and Optimization) trouxeram para o ambiente operacional modelos matemáticos sofisticados, capazes de combinar uma grande quantidade de variáveis, feitos para projetar cenários e dar respostas simples para problemas complexos

Esses sistemas se apoiam em uma grande quantidade de informação estruturada (boa parte vindo dos ERPs) e trabalhada usando modelos formais, consumindo alto poder computacional, exigindo alta qualidade e atualização constante das informações. 

Nos últimos 5-7 anos a disponibilização da Internet e dos dispositivos embarcados no ambiente operacional (IoT-Internet of Things) foram as últimas novidades, a maioria ainda em fase de testes e justificação econômica.   

Contudo, percorridos quase quarenta anos nessa rotina de melhorar e inovar o supply chain,  muitas empresas ainda continuam sofrendo com falta de produtividade e baixa eficiência, muito aquém do que gostariam, seja por conta de não terem tido sucesso em algumas implementações ou por simplesmente não terem inovado o suficiente. O  “gap” em termos de produtividade e performance se amplia a cada dia.   

Para complicar ainda mais a vida das empresas, é urgente a necessidade de transformação, imposta pelas novas demandas do consumidor, do mercado e da concorrência, em escala mundial, impondo mudanças e fazendo tudo parecer obsoleto.

Estudo recente desenvolvido pelo IBM Institute for Business Value - Redefining Ecosystems – The COO-Level Perspective, 2015(1), que entrevistou mais de cinco mil executivos em várias indústrias, geografias e posições; expõe essa preocupação de transformação por uma nova ótica. Segundo eles “...o  que mais tememos é competição disruptiva – aquela em que novos jogadores podem simplesmente aparecer e desintermediar os nossos negócios formais através do desenvolvimento novos modelos de negócios, fornecendo mais valor.".   Nesse estudo, a falta de integração de informações dentro das organizações é apontada por 75% dos CFO’s como o principal fator para enfrentar essa ameaça, onde apenas 47% deles se acham capacitados para tal.  

Nessa linha de “desintermediação” novos negócios tem surgido, criando regras próprias e novas fronteiras, usando plataformas tecnológicas como viabilizador. Exemplos como : Uber, Nubank, Spotfy, Amazon Locker, eMarketplace, Wine, FordPass, entre outros ; trazem em seus modelos competências específicas e “quebram” modelos tradicionais como o de venda-pagamento-entrega, representando uma “invasão” ao supply-chain tradicional simplificando e agilizando as transações. 

Nesse contexto, portanto não basta ter um Supply Chain integrado e otimizado para ser eficaz,  sobreviver e criar novos caminhos de inovação.

Há que se desenvolver o que chamamos de Supply Chain Cognitivo, ou uma nova cadeia de suprimentos capaz de ser eficaz a cada transação, conectando pessoas, processos e máquinas numa dinâmica que seja direta, rápida (tempo real!), acertiva, flexível, barata e segura.
Baseando-se nos modelos da Industry 4.0(2) , o Supply Chain Cognitivo opera esses elementos em dois eixos: 
  • Vertical  -  Trata-se de uma visão de dentro do negócio, do chão de fábrica à gestão estratégica. Aqui o negócio “escuta a operação” e “reaje na medida e no tempo certo”, de forma a sustentar o lucro do negócio a partir de atuações cirúrgicas em cada pequena parte da empresa a cada dia.    Exemplo: Uma parada não planejada de um equipamento pode causar sérios prejuízos para a formação de estoques e perda de vendas. Ser capaz de prever potenciais falhas (e evitá-las a tempo!) irá garantir a operação sem interrupções e manter os planos de produção em dia, o faturamento e os resultados dentro do quartil esperado. 

Figura 1 - Visão Vertical de Processos e Sistemas
  • Horizontal – Trata-se de uma visão cruzada das empresas que participam do ciclo de negócio.  É a sincronização perfeita de operações entre Supply Chain’s a partir de uma transação específica.  Exemplo: A simples remessa de um pedido depende de vários processos e setores como comercial, financeiro, administrativo, cadastro e a logística, tanto do lado cliente (que pede) tanto do lado do fornecedor (que produz) e do operador logístico (que entrega).    Será a sincronização horizontal entre todos os “jogadores”  que fará com a remessa ande mais depressa, chegue na hora certa e custe menos.

Figura 2 – Visão Horizontal de Cadeias de Valor Integradas
O Supply Chain Cognitivo  opera esses dois eixos simultaneamente, através de plataforma Físico-Cibernética ou CPS-Cyber Physical Solution Platform (2) que emprega tecnologias de IoT (Internet of Things) “ouvindo” o ambiente operacional (fábricas, armazéns,comércio, laboratórios, etc),  coletando dados de forma massiva (big-data) vindos dos equipamentos e sensores (machine-to-machine) e sistemas operados remotamente (ex. PLC’s, MES, SCADA, GPS, RFID, WMS) e integrando-os à sistemas analíticos centralizados(BI)


Figura 3 – Modelo de Solução Cyber-Phisycal (Industry 4.0)

Estes dados são complementados por outras informações do ambiente ou ecosistema (normalmente não cobertos  pelos sistemas citados) necessárias para uma completa monitoração e controle. 

Exemplos disso são vistos nos processos de identificação e autorização de entrada e acesso a instalações por profissionais certificados, registros de segurança e áreas de restrição, clima, alertas externos de riscos, vazamentos, corrosão, incidentes em rota, acidentes em geral, etc; podem ser registrados e capturados de forma autônoma or sensores ou pelos operadores, engenheiros, supervisores de plantão, motoristas, vendedores; usando recursos disponíveis  de mobilidade ligados à Internet. Aqui podemos dizer que temos a Internet das Pessoas (IoP- Internet-of-People).

Grande parte desses dados não estão estruturados nos formatos e qualidade que os sistemas de gestão existentes utilizam e vão exigir um tratamento de entendimento de linguagem natural, conversão voz-texto, tradução, decodificação ou modelagem estatística. Atualmente existem um conjunto generoso de  Serviços da Internet em Cloud (IoS-Internet of Services) disponíveis para essa transformação, com capacidade de geração de insights e resultados em tempo real.

Com as informações prontas para serem consumidas o Supply Chain Cognitivo entrega esses conteúdos, na forma mais transacional e direta possível, seja em forma de relatórios,dashboards, mensagens ou recomendações objetivas para equipes operacionais e de nível gerencial/tático para tomada de decisão.  Esta informação pode vir em formato de comandos, com regras e ações dirigidas às máquinas tornando os sistemas totalmente autônomos orientados por eventos.

Podemos estabelecer algumas situações conhecidas em a proposta de um Supply Chain Cognitivo façam sentido:

Caso de Uso
Supply Chain Tradicional
Supply Chain Cognitivo




Venda  e  Entrega
§ O pedido é calculado e enviado pelo cliente com sua visão de necessidade e prazos.  As mercadorias se movimentam na medida da aprovação comercial, de crédito e da disponibilidade de produtos.
§ Trâmites fiscais e processos logísticos concluem a operação. 
§ O consumo pode ser interrompido caso algum processo demore mais do que o esperado.
§ O sucesso da operação é medido ao final de todo o processo.
§ A mercadoria é abastecida com base em demanda real e mecanismos de reposição contínua sensíveis a ocorrências no ponto de consumo.
§ Condições para o atendimento são previamente combinadas com base no sortimento personalizado, no consumo e capacidade operacional sincronizados.
§ Risco de rupturas é minimizado.
§ O sucesso da operação é monitorado no ato e pelo cliente.

Manutenção de Equipamentos
§ Modelo Estatístico de Processos trabalha em cima de dados do equipamento e da produção e estabelece prazos e condições onde um equipamento pode falhar e planeja paradas programadas. 
§ Falha causada por evento não monitorado causa parada abrupta do equipamento,  quebra do ritmo operacional e perda da produção.
§ Compromissos não são cumpridos e custo de manutenção é maior que o esperado.
§ Sensores e mecanismos cognitivos  coletam dados não estruturados do ambiente e combinam dinamicamente com dados sensorizados do equipamento.
§ Modelos preditivos alertam o supervisor por celular a probabilidade de falha com maior antecedência e recomendam ajustes imediatos ou programados para períodos de menor uso e risco.
§ Programação da produção é mantida e manutenção pode ser espaçada, reduzindo custos e aumentando a produtividade.

Otimização na Geração de Energia

§ A energia gerada como resultante de um processo produtivo pode ser reaproveitada em outra etapa ou instalação oferecendo importante economia potencial de recursos.
§ A falta de sincronismo entre as etapas ou instalações e a impossibilidade de armazenamento dessa energia resultante acaba por se configurar num desperdício impactando no custo e na competitividade do produto.
§ Sistemas cognitivos coletam a cada minuto dados das diferentes instalações interligadas e são combinados com os planos de produção e programação dessas linhas.
§ Modelos preditivos permitem sugerir e até comandar um novo regime de operação,  com aumento/redução de ciclos, abertura/fechamento de válvulas e promover a melhor sincronização de processos e maior aproveitamenteo de energia e com menor consumo geral.




Monitoramento de Consumo Remoto
§ O controle e o rebastecimento de reservatórios estacionários de gás, outros gases ou líquidos são feitos periodicamente por veículos especiais, em ciclos diários ou semanais, roteirizados com base no histórico de consumo.
§ Qualquer aumento de consumo, perdas ou falha operacional nos tanques ou nas tubulações geram paradas inesperadas, causando interrupção da produção e de serviços essenciais.
§ O controle e a cobrança desse consumo é feito nos momentos de reabastecimento, com baixa flexibilidade para reprogramações, com riscos de atrasos e cancelamentos.
§ O monitoramento dos tanques e instalações feitos com Sistemas IoT e Mobilidade permitem saber em tempo real o consumo de cada instalação e o seu local, bem como eventuais incidentes que ocorram.
§ Sistemas analiticos planejam o momento ideal de reabastecimento sem riscos de falta ou excesso, e permitem melhor programação de rotas, com flexibilidade para atender a emergências;  gerando economias no custo total da operação.
§ O valor do consumo é conhecido em tempo real oferecendo formas mais vantajosas de cobrança e pagamento para o cliente e para o fornecedor.
§ O planejamento adequado de abastecimento permite otimizações do porte dos tanques com melhor controle de ativos.

Conclusão
Um Supply Chain Cognitivo se constroi criando a capacidade de “ouvir e sentir” a operação, prever necessidades, otimizar operações e “responder”prontamente com ações para tornar os processos mais autônomos e eficazes.  
Esta capacidade trará maior controle e melhores condições de agir rapidamente, no lugar e medida corretas, ampliando as fronteiras de operação das pessoas e das empresas. 

Autor: Paulo Eduardo Corazza – IBM Brasil Industry Consulting
Referências: (1) IBM Institute for Business Value - Redefining Ecosystems – The COO Perspective, 2015; (2) Recommendations for implementing the strategic initiative Industrie 4.0 – Interconect 2016.


segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Os Apps vão deixar o Operador de Call Center esperar sentado por um chamado!

Call Center – Os Apps vão deixar o Operador esperar sentado por um chamado!

As empresas precisam ter Call Center ? - As empresas gastam um bom dinheiro de sua receita com Call Centers. Dependendo do tipo de negócio que operam, parte desse gasto é direcionado a Vendas, necessário para prestar um serviço de “concierge” para aqueles clientes que ainda não dispõem ou enfrentam problemas ao  usar soluções digitais “self-service” para fazer seus pedidos.  Mas este é um custo variável e direto...”usou –vendeu”; quanto mais vender, mais barato fica; ou vendendo menos, o gasto diminui para um mínimo necessário para manter este canal de comunicação aberto.    

Porém outra parte desse custo com Call Centers é fixo e se destina para atender ao público interno, em sua maior parte para suporte de TI, seja para garantir o funcionamento da infra-estrutura, seja para o promover o mehor uso de aplicações pelos seus usuários.  Vendendo ou não vendendo, a despesa está lá.  Muitas empresas já terceirizaram essa operação, buscando ganhos de qualidade e produtividade, porém o gasto permaneceu ou cresceu.

Suporte a Aplicações não cessam  - Para atender as demandas relacionadas às aplicações corporativas, temos que refletir porque essas demandas existem e só crescem. Essas aplicações foram construídas usando técnicas e recursos para que possam garantir sua alta disponibilidade num menor custo possível. 
Telas “multi-funcionais” padronizadas com muitos campos de dados a preencher foram desenhadas para atender múltiplos públicos e processos complexos.    

Sua  implementação por sua vez  exige horas de treinamento para cada usuário, esforço pessoal de cada um em entender o que precisam fazer, extenso conteúdo de manuais com instruções  e dicas de “easy-to-use” ; além de muitas outras horas de suporte. Quando ocorrem mudança então, tudo se repete.
Na sua construção pensou-se em “uma vez implementada não deve ser modificada” com propósito de reduzir custos de manutenção.  Pouco se preocupou com a experiência do usuário.  Ocorre que na velocidade dos negócios, tudo fica ultrapassado muito rapidamente.  Outro fator de mudança é a volatilidade da mão de obra, que joga pela janela todo o esforço de  treinamento realizado.

Infra-estrutura não funciona direito  – Para acessar e utilizar as aplicações os usuários precisam ter seu PC ou notebook preparado para tal; em pleno funcionamento físico, com todas as versões de sistema atualizadas, cookies habilitados, anti-virus atualizados, sistemas de proteção à informação configurados, gestão de espaço para arquivamento, liberações de acesso, e assim por diante.  Não raro um ou outro item desse que não funciona e novos chamados são abertos.  E nem sempre fica fácil saber qual foi a causa do chamado, se é do ambiente ou da aplicação.  

Apps Corporativos simplificam a gestão  – Milhares de aplicativos são lançados diariamente, integrados a servidores e sistemas complexos de bancos, empresas de aviação e seguradoras,  que deram ao usuário acessibilidade e conveniência com baixíssimo nível de suporte e nenhum treinamento.

Levando essa ideia para o mundo corporativo, a proposta de oferecer funções dos sistemas através de dispositivos móveis minimiza de forma consistente a necessidade desse suporte todo. 

Aplicativos corporativos em dispositivos móveis (Apps como são chamados, para celular e tablets) devem ter funções simples, como coletar uma informação e associá-la ao usuário, marcar uma data, um local e um tempo, registrar uma imagem, confirmar sua veracidade contra um cadastro do Sistema ERP Corporativo, criar um pedido ou uma tarefa, ou simplesmente permitir uma consulta ao banco de dados central.   A esta simplicidade, devem se agregar regras de segurança e acessibilidade e pronto; o procedimento foi realizado com rapidez, de forma correta, sem necessidade de ajuda e com segurança.

Além disso, os Apps irão potencializar os resultados das aplicações existentes;  pois podem rapidamente eliminar a prática de processos manuais hoje não suportados pelos Sistemas Corporativos (pelo simples fato de se evitar “mexer” e customizá-los) .  

Apps são perfeitos para efetuar interações rápidas entre pessoas e processos com apoio sistêmico formal de forma mais simples, rápida e barata, seja no nível operacional, seja no nível gerencial.  

Exemplos práticos podem ser vistos em processos de vendas, operações de inspeção e controle de equipamentos em instalações industriais ou comerciais, auditorias e inspetores de campo, controle de entregas,  aprovações de despesas e outros processos complexos (“workflows”), consultas de estoques e de crédito.

Os Apps podem fazer uso de recursos de geolocalização, time-stamp, imagem, códigos visuais, identificação por aproximação, entre outras tecnologias, o que tem ajudado muitas empresas a eliminar processsos de verificação e controles paralelos de carga horária do empregado, por exemplo.

A instrumentalização dos empregados e colaboradores nas empresas com um smart-phone ou tablet é algo em plena expansão e pode se potencializar e ganhar justificativas com o uso extensivo de novos App, onde celulares e tablets geram muito pouca ou nenhuma necessidade de suporte, substituindo aos poucos os notebooks e desktops. 

A sugestão de expandir o uso de Apps corporativos nas empresas não foi pensado para eliminar o Call Center,  mas certamente vai deixar o Operador de Telecom esperar sentado por um chamado.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Reposição Perfeita ou “Pedido mais que Pefeito”




Já tem pelo menos 15 anos que a indústria de consumo mede a performance de sua cadeia de suprimentos através do que se denomina “pedido perfeito”; que em outras palavras significa  atender o pedido feito pelo varejo, no prazo, na quantidade e na qualidade exigidas.  

A combinação de indicadores  como Case Fill Rate(pedido entregue em sua totalidade) , On-time delivery(pedido entregue no prazo), Invoice Accuracy(fatura sem erros),  Damage Free(produtos entregues sem avarias) e até On-Time-in-Full (quantidade e prazos atendidos)  produz esse indicador global chamado de Perfect Order, ou Pedido Perfeito, que é resultante da multiplicação desses fatores num único índice .   
Esse indicador  tem ajudado as empresas mundo afora, incluindo o Brasil, a medir e aperfeiçoar seus processos, recursos e sistemas de gestão e de atendimento, estabelecendo metas para aperfeiçoamento e ganhos contínuos de performance e lucratividade. Sua evolução é sentida ano-a-ano,  como mostra a pesquisa abaixo – Índices Médios de Performance de Pedido Perfeito - 1999-2012.


O indicador de Pedido Perfeito responde à pergunta: 
"Como é que o fabricante vai atender os pedidos do varejo?".  

Contudo há uma pergunta adicional e igualmente importante a ser respondida que é:  
"Quão eficaz foi a entrega recente em atender a demanda do consumidor  ? ".  

Face aos recentes avanços tecnológicos e métodos de gestão colaborativa entre indústria e varejo, novas métricas que complementam o Pedido Perfeito  estão agora disponíveis para trazer novos insights  e aumentar o rigor na execução de importantes atividades de gestão da cadeia de suprimentos e responder essa questão de forma mais abrangente. São elas:

  • Integração no reabastecimento baseado na demanda do consumidor -  O conceito propõe uma visão minuciosa, detalhada e integrada do comportamento do produto nas gôndolas e fluxo ao longo da cadeia, puxado por sinais de demanda, com objetivo de conhecer a razão de Entregas versus Demanda do Consumidor.
  • Análise e Predição das condições para ruptura - Apesar do enorme progresso mostrado através do Pedido Perfeito, as rupturas ou faltas de estoques nas gôndolas permanecem em níveis elevados.  A tecnologia atualmente disponível dá a capacidade não somente de medir as faltas, como também conhecer o impacto de custos e identificar as causas e que proporção das faltas derivam de ineficiência na cadeia de suprimentos.
  • Conformidade com parâmetros de estoques -  As informações dos pedidos e da disponibilidade de estoques em cada ponto da cadeia de suprimentos, combinados e avaliadas em conjunto com o conhecimento das próximas demandas do consumidor  resultam em melhores avaliações para os parâmetros de reposição.
Essas novas métricas compõem o Índice de Reposição, ou Replenishment Index,  que combinado com o Pedido Perfeito   fornecem uma poderosa capacidade de mover-se em direção a uma operação de alta performance para ambos, indústria e varejo. 


Recomendações para sua implementação
A reconfiguração de tecnologia, processos e organizações  são sempre orientadas a resultados o que torna a transformação algo difícil de se realizar.   

Na medida em que o índice de reposição se mostrar mais favorável (a meta é atingir 100%) os benefícios são sentidos com a redução de rupturas, diminuição da variabilidade nas previsões de demanda, menos cancelamentos de pedidos e devoluções, oportunidade para reduzir estoques de segurança;  culminando para um menor impacto de custos de capital e melhor nível de serviço.

O mercado está se movendo em direção a essas novas métricas e sua adoção cujos desafios podem ser melhor enfrentados seguindo algumas recomendações:
 - Saber lidar de forma eficaz com a fragmentação de dados.  Temas como qualidade, volumes, diferentes fontes e provedores de dados precisam ser tratados dentro de projetos e processos estruturados. A definição clara das métricas é outro ponto crucial.
- Test & Learn – Toda estruturação para criar métricas consume esforços e investimentos que nem sempre são prioridade nas empresas. A estratégia do “test & learn” se mostra como uma opção atraente e eficaz para “aprender com os dados”, priorizando áreas, segmentos, regiões, produtos e clientes, com projetos de curta duração,  tirando proveito mais rápido e gradual das inovações, ganhando experiência necessária para evoluir  e atingir melhores patamares de performance.
 - Diferentes abordagens para diferentes mercados – Para as economias emergentes  como a do Brasil, com distribuição mais fragmentada, menor penetração de mercado, maior enfase no crescimento da receita e expansão de mercados, precificação mais “nervosa”, dificuldade de obtenção de informações confiáveis  e com indicadores ainda sub-otimizados; recomenda-se uma abordagem menos rigorosa para definições e aplicação das métricas e metas.
- Aplicar casos de uso  - As equipes que participam da construção desse índice são comumente desafiados a identificar o que afeta o índice e ver que benefícios pode trazer, o que nem sempre é possível justamente por se tratar de um indicador multi-funcional.  Enquanto uma avaliação inicial benefícios globais faz sentido, entende-se que uma melhor abordagem é escolher um caso e desenvolver uma compreensão mais clara e avançada do mesmo, com um compromisso de melhoria de desempenho mais tangível. Novamente, aprender a cada experiência para evoluir no conjunto.
- Novas métricas requerem novos sistemas para medir – Atuar em informações requer atuar em modelos, tecnologia, processos e na organização de forma conjunta. Aumentar a visibilidade com novas métricas dão maior agilidade às empresas. Esse poder combinado de novas medidas e processos melhorados impulsionam os ganhos de melhoria.
Tendência
A adopção da métricas como Pedido Perfeito ajudou a desencadear em mais de uma década muitas melhorias na cadeia de abastecimento. Agora são necessárias medidas novas e adicionais que compõem o Índice de Reposição para ir além, manter o ritmo com os avanços e dar a direção para a Reposição Perfeita.  Os  dois índices são complementares e podem impulsionar a próxima geração de desempenho da cadeia de suprimentos .

Autor: IBM Business Value - 2015
Comentários: Paulo Eduardo Corazza.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Os Ecosistemas de Consumo são essenciais para os varejistas !



Os Ecosistemas de Consumo são essenciais para os varejistas !   
E você consumidor, precisa dos ecosistemas ?

Cada dia que passa fica mais evidente a necessidade de dar enfase na entrega de ecosistemas, ou seja, vender e entregar soluções de equipamentos, sistemas e serviços funcionando de forma integrada e simplificada para trazer uma experiência de consumo superior”. 

É como se tudo na sua casa fosse de uma só marca e/ou de um mesmo sistema, todos conectados e utilizados de forma simples, fácil de instalar e evoluir.  

A Apple pode ser um exemplo (computador, tablet, smart-phone, tocadores de música, TV, músicas, textos e vídeos,). Neste exemplo estamos falando de ecosistema num contexto de entretenimento e informação.

Isso torna os negócios mais rentáveis, para as empresas de Eletroeletrônicos, de Varejo e de Serviços. Quanto mais estas empresas venderem seus ecosistemas, mais elas serão rentáveis.   

Para isso cada um precisa fazer a sua parte: É essencial que as empresas de eletroeletrônicos forneçam, informem e incentivem seus consumidores de que possuem um “ecosistema” e que se comprarem “tudo” de uma mesma marca ou sistema e com todos os serviços de uma forma simples e que funcione serão mais felizes e comprarão mais acessórios e serviços !  

É essencial que as empresas de varejo ofereçam a experimentação desses “ecosistemas” e facilite a vida do cliente na escolha do que melhor o atenda.  É ainda essencial que as empresas de serviços integrem-se aos equipamentos e aos canais de venda do varejo para  simplificar o acesso aos melhores conteúdos e serviços e consequentemente comprar mais !!! 

Bem, hoje o que se vê é muita confusão.  Ainda se vende produto pelo produto. Marca pela marca, sem pensar no consumidor.

Mas o consumidor está realmente preocupado com isso ? Qual valor para ele ?

Para entender melhor o que é “vender um ecosistema”, comece por uma pesquisa em sua residência:  Quais as marcas desses aparelhos que você tem na sua casa: TV, Home-theater, DVD, Blu-ray, Rádio AM/FM, camera fotográfica, tocadores de música, fones de ouvido, rádio relógio, e outros tantos aparelhos e acessórios conectados a estes aqui.   Certamente você vai encontrar pelo menos 4 a 5 marcas diferentes, em 80% dos casos. Cada um tem um sistema de cabos e controles diferentes.  Só na sala, devem ter uns 4 aparelhinhos de controle remoto !
  
Para poder ouvir música e programas você precisa estar conectado às Empresas de Telecomunicações e de Geração de Imagem e Som (Telefone, Rádio, TV aberta, TV a cabo, Internet, etc). Elas nos trazem os “conteúdos” que nos divertem e nos informam.    Pelo menos mais umas 2 marcas novas apareceram. Adicione agora os PCs, Notebooks e “smart-phones”.  Mais marcas apareceram. Temos ainda os Sistemas Operacionais que habitam e controlam estes “seres eletrônicos”.  

Fala-se agora da “Internet das Coisas”, onde geladeira, lâmpadas, ar condicionado e controladores de temperatura e humidade, aspirador de pó  “falarão” com você via Internet ou Wi-Fi.  

Bem, podemos afirmar que cada um de nós tem  uma extensa lista de  marcas de fornecedores de produtos e serviços diferentes na sua casa. 
Para ter tudo isso você teve que pesquisar, conhecer, aprender e depois de passar em um monte de lojas e sites da internet, e falar com uma porção de gente “entendida” você finalmente comprou uma por uma, ou em alguns casos, uma “system” que já trazia “tudo” integrado. 

E quantas vezes você comprou algo que “não se conectou” ou não funcionou direito, por que o “sistema” não é o mesmo ou não tem a “entrada para essa cabo” ou só “roda” no sistema “tal”... 
E quando mostram defeitos ou mal funcionamento ? 
Para quem não é "antenado" nos diferentes sistemas, marcas, modelos e habilitado para conectá-los e configurá-los... é pura frustação e gastos.    Opa! Gastos?   Gastos ruins, de mal humor, para consertar e não para ter novos itens! 

Bem o ecosistema vem para tentar resolver isso, simplificar as coisas e permitir maior uso das tecnologias diferentes e que melhor nos atendam. Em outras palavras:

- ter acesso a todo tipo de “conteúdo”  que desejar, de forma dinamica, onde preferir e de baixo custo

- poder escolher o que a tecnologia traz de melhor, sem se preocupar com sua conexão (e nem com a tecnologia)!

-salvar seu tempo e os recursos essencias da vida (preocupação ecológica).

Se os ecosistemas ajudam o consumidor, vão ajudar também o empresário. Em suma, é algo bom pra todos!