Vídeos ajudam na conversão ?
Atualmente os sites de eCommerce estão apostando muito nos conteúdos com vídeos que apoiam as estratégias como guias de compras, hotsites de fabricantes, clips p/ venda de filmes e música.
Segundo a pesquisa IBOPE Nielsen Online o Brasil já possui 18,8 milhões de pessoas acessando vídeos na Internet (2008/2009). Um crescimento de 4 milhões somente em um ano.   Da mesma fonte vem a informação de que mais de 60% dos internautas no Brasil já acessam vídeos na Internet.  O Youtube tem sua maior taxa de uso no Brasil (57%), contra 47% nos EUA e Inglaterra. 
A dúvida é se isso ajuda (e como) na conversão de compra. 
Do ponto de vista de marketing, não sobram dúvidas de que o vídeo ajuda e muito a busca por informação de qualidade, dá diferencial, traz tráfego, fala de forma direta e rápida o que precisa ser comunicado, cria referência ao e-consumidor.  
O alinhamento de estratégias para utilizar vídeos formais de fabricantes, ou  utilizar vídeos de acesso público (ex. Youtube, Facebook, etc) precisa estar bem clara e bem aproveitada.   A prática de tagging (marcas dentro dos controles de acesso ao conteúdo) pode mostrar como e quantas vezes o vídeo é acessado e visto até o final, se houve abandono, fechamento ou minimização da sessão, entre outras ocorrências detectáveis. Esses dados combinados trazem importantes informações sobre atitudes de consumo e auxiliam no desenho de estratégias e das ações mercadológicas.
Contudo, o fator “tempo de resposta” que o cliente espera gastar para a visualização pode ser crucial.  Esse tempo pode retê-lo no site (conversão à vista !) ou tirar seu foco e convidá-lo a dar “alt-tab” e mudar de site !
Do ponto de vista técnico, temos 3 questões críticas que interferem nessa nova experiência e podem comprometer os acessos e consequentemente a conversão:
a) Servidor Web preparado
b) Banda Larga de verdade
c) e-consumidor atualizado
O Servidor Web e toda a infra-estrutura precisa estar devidamente preparada para oferecer acesso e/ou prover armazenamento de toda essa mídia, que consome muitos recursos, sempre superiores ao trio “html+texto+foto” tradicional.  Os acessos a YouTube, Facebook, e outros sites que hospedam vídeos e outras mídias digitais causam dependências e podem comprometer a resposta dos acessos solicitados. Soluções que usam cache de conteúdos podem ajudar nessa questão. 
A Banda Larga no Brasil é outro tema controverso.  O alarde comercial de 1 Mega está longe de ser adequado a esta nova mídia. Na média, o recurso disponível ao público hoje no Brasil está em torno de 256Kb.  Há serviços de 8MB, mas é minoria.  Considerando as dificuldades de infra-estrutura desse nosso grande país e dado o cenário atual o risco de um download de um vídeo levar alguns minutos a mais do que o e-consumidor espera pode levá-lo à desistência. 
A estratégia de uso de vídeos pressupõe que os e-consumidores tenham máquinas atualizadas com velocidade e capacidade p/ download, espaço em disco e saibam lidar com vídeos, tenha browser atualizados, flash drivers, video players, adaptadores, etc.  Boa parte do e-consumidores dominam ou tem esses elementos atualizados em seu PC ou notebook, celular, etc. Mas a maioria não !   
Assim, uma simples tentativa mal sucedida de visualizar um simples vídeo pode se transformar numa experiência ruim de acesso ao site e desmotivar o e-consumidor a tentar novamente o acesso ao vídeo ou até ao próprio site !  E isso compromete a conversão.
Tudo dependerá de quem está do outro lado da tela, qual seu real interesse no conteúdo, qual seu nível de compreenção e cultura em manipular essa nova mídia !
Em resumo,  a estratégia de uso de vídeos deve ser cautelosa e bem cercada de planejamento e de informações, para que as experiências dos e-consumidores não sejam frustadas e não comprometam as buscas e as compras.   No momento, devem ser tratadas como complementares e diferenciadoras.   Um site para servir de exemplo é o www.windowshop.com (site de venda de vídeos e livros do amazon.com). Proposta fantástica quando a infra-estrutura é boa. Do contrário, pura irritação e frustação.
O que seria ótimo não pode atrapalhar o que já está bom !
 
 
Corazza, parabéns pela iniciativa. Ficou mto bom!
ResponderExcluirPauleka,
ResponderExcluiro comércio eletrônico no Brasil de um salto de grandeza de 30% em relação ao ano anterior. A notícia ruim é que ainda temos a internet mais lenta do mundo e, como você bem colocou no artigo, um e-consumidor ainda não atualizado para as novidades de interação que a mídia oferece.
Basta esperar e ver o resultado no futuro. Mas o primeiro passo já foi dado para uma mudança no comportamento do consumidor digital.
Abraços.