quinta-feira, 22 de abril de 2010

Jogo mais equilibrado

A cada dia que passa vemos mais iniciativas da Indústria avançando sobre o consumidor, mostrando seus valores, seus produtos, sua preocupação ambiental e social, e até mesmo sua capacidade de atendê-lo diretamente.

Alguns setores da economia, como os de cosméticos, esta prática sempre esteve presente em marcas como Natura, Avon; e em marcas nacionais como O Boticário. Possuem lojas próprias e cadeia de distribuição própria. Não dependem da rede de varejo tradicional.

No setor eletrônico vemos lojas da Sony Style atendendo diretamente o consumidor. Outras grandes marcas atuam como direcionadores de preços e tecnologia, influenciando fortemente a escolha do consumidor.

Vemos iniciativas da indústria de alimentos, com boutiques de carnes e entrega porta-a-porta.

Em resumo, a indústria avança no papel que é (ou era) do varejo. E isso se deve a 3 fatores básicos:

Primeiro – Marca e market-share. Com a evolução e o fortalecimento pela concentração do varejo, a tendência é que as marcas sejam deixadas em segundo plano, dando mais ênfase às ofertas e facilidades de pagamento. Compra-se prestação e barbadas, seja lá de que marca for (já que boa parte dos produtos estão muito parecidos). A indústria quer retomar o poder que já teve em décadas anteriores, quando o varejo ainda se estruturava. Cada percentual perdido nas gôndolas, para marcas próprias do varejo ou para produtos vindos de mercados como China, Indonésia; não voltam mais, se nada for feito.

Segundo – Portfolio e abrangência. O fenômeno de fusões e aquisições concentrou e muito vários segmentos da indústria. Casos como a Friboi (que se tornou maior do mundo no segmento de carne bovina, segunda Revista Exame), e a Hypermarcas (http://www.hypermarcas.com.br), e tantas outros casos de fusões nos mais diversos segmentos ampliou o número de marcas e de mercados sob um mesmo “teto”. Isso deu maior poder de negociação junto ao varejo, com uma composição de um “mix” de produtos muito mais atraente, para a indústria.

Terceiro – Logística e Canais Virtuais - Com a evolução da Internet e a maturidade crescente do Comércio Virtual, ficou mais fácil chegar ao consumidor, seja com um site próprio e participando de blogs e redes sociais. Aliado a isso, os serviços logísticos evoluíram bastante e já alcançam níveis de alto padrão. Em breve, novos modelos de negócio vão surgir justamente pela melhor utilização e viabilização desses dois elementos, em troca de uma margem um pouco menor.

Em resumo, a soma da estratégia de marca e posicionamento, um portfolio abrangente, canais eficientes de acesso e de venda e uma boa logística, dão à indústria (e para outros empreendedores também) total capacidade de atuar “sem intermediários”, indo direto ao consumidor.
É claro que essas ações não vão eliminar os canais de venda e distribuição já conhecidos, mas vão tornar o jogo mais equilibrado. No final quem ganha é o consumidor, que fica com mais opções e pode aprender a escolher melhor onde vai gastar o seu rico dinheirinho.

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